Problema de saúde e, também, social.
Principal causa de cegueira infecciosa, o Tracoma se faz presente em lugares de extrema pobreza, pouco saneamento básico e condições precárias de higiene. Em muitos países, a doença é um problema sério combatido pelos governos locais. No Brasil, junto à Organização Mundial da Saúde, houve um esforço para erradicar a doença até 2020, principalmente na região norte do país, onde casos endêmicos foram diagnosticados com mais frequência.
De acordo com o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), que monitora a doença no Brasil, 967 municípios, entre 2008 e 2016, diagnosticaram quase cento e cinquenta mil casos de Tracoma no país.
O que é o Tracoma, afinal?
Causado pela bactéria Chlamydia trachomatis, o Tracoma é uma doença infecciosa que afeta a conjuntiva, ou seja, a região interna das pálpebras, principalmente a superior. Quando muito agravada e não tratada, a conjuntivite consequente ao Tracoma pode gerar lesões, atingir a córnea e causar, consequentemente, cegueira.
Tracoma é contagioso!
Por ser contagioso, o Tracoma pode atingir qualquer pessoa que teve contato com o agente infeccioso presente na região mucosa. Esse contato pode ser físico (de pessoa para pessoa), através de objetos compartilhados, como lençóis, toalhas de rosto e mão, e até levados por moscas que pousam na superfície infectada e carregam a bactéria.
Quem é mais afetado e como?
A doença é mais recorrente em crianças, sendo comum casos de reinfecção em regiões geográficas mais afetadas, as chamadas comunidades endêmicas. As lesões constantes na conjuntiva geram folículos e cicatrizes que, devido a constância dos casos, podem retrair a pálpebra e a direção de crescimento dos cílios, atingindo diretamente o globo ocular, prejudicando a visão.
O Tracoma precisa ser combatido e pode ser evitado. Há tratamento e formas de prevenção. Vamos a elas?
Mas antes, como saber se estou com Tracoma? Quais os seus sintomas?
Os sintomas característicos do Tracoma são:
- Vermelhidão nos olhos
- Sensibilidade à luz (fotofobia)
- Sensação de corpo estranho
- Lacrimejamento constante
- Secreção
Os sintomas acima mencionados estão presentes em outras doenças oculares, por isso a importância de procurar um oftalmologista para diagnosticar e tratar a doença de forma correta.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o desenvolvimento do Tracoma na pessoa infectada passa por alguns estágios, onde os sintomas podem se agravar e fazer a doença manifestar-se de maneiras específicas. Segundo o Centro de Vigilância Epidemológica “Professor Alexandre Vranjac”, são elas:
- Inflamação Tracomosa Folicular (TF): aparição de, no mínimo, 5 folículos pequenos na região afetada, de modo que se apresentam como pequenas cicatrizes.
- Inflamação Tracomatosa Intensa (TI): A inflamação da região posterior das pálpebras se torna mais espessa, deixando a região avermelhada e enrugada, cobrindo parcialmente os chamados vasos tarsais, que pode ficar totalmente tomados pela infecção.
- Cicatrização Conjuntival Tracomatosa (TS): Quando há cicatrizes esbranquiçadas e de aparência fibrosa na conjuntiva tarsal superior.
- Triquíase Tracomatosa (TT): Quando os cílios atingem o globo ocular devido a sucessivas infecções e cicatrizações que podem alterar o fluxo de seu crescimento.
- Opacificação Corneana (OC): Como o próprio nome aponta, nessa condição a córnea apresenta-se opaca e a margem pupilar pode escurecer, como se o olho estivesse “enevoado”.
Como funciona o tratamento?
O tratamento do Tracoma consiste no uso de:
- Antibióticos Tópicos: utilizados em tecidos superficiais. Voltado para infecções, quando se trata de Tracoma, são aplicados diretamente na área atingida.
- Antibióticos Sistêmicos: Em casos mais intensos, recorre-se ao uso oral de antibióticos para combater a infecção.
- Cirurgias: Em casos avançados com risco de cegueira.
- Outras medidas: Para além dos casos isolados, como a doença está relacionada com problemas sociais, de pobreza e falta de saneamento, há uma série de programas e iniciativas para atender toda uma comunidade endêmica atingida pela doença, buscando trazer melhorias para a região. Acesso à água potável, incentivo de ações educativas sobre limpeza facial, descarte correto do lixo e melhoria na qualidade de vida de comunidades afetadas são alguns fatores determinantes para a erradicação do Tracoma.
Como prevenir o Tracoma?
Cuidado redobrado com os hábitos de higiene, principalmente facial, evitar o compartilhamento de objetos pessoais e muita atenção para quem vive em áreas endêmicas. É fundamental, caso os sintomas se manifestem, procurar um oftalmologista.
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